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AS RIBEIRAS DE CARCAVELOS — Poem by Jorge Castro

to Fernando Mangas Catarino, guide of knowledge and master of affection, after a guided tour of ancestral paths and experiences in the lands of Carcavelos



as ribeiras beijam pedras e recantos

que as mãos moldam

sendo por elas moldadas

tais as pedras que das leiras retiradas

são estradas

são paredes construídas

mil encantos

que as águas encaminham

calam prantos

num fluir feito por nós em mil jornadas


e convergem como as gentes para o mar

espraiando-se no chão

sangue da terra

e transportam sedimentos

que ao pousar

dão alento ao mistério que ela encerra


no poente do viver são as nascentes

seiva-mãe de que é feita a natureza

alimento de pomares

e de sementes

em meandros de tão certas incertezas


e a terra mostra em cor

o quanto vive

e o quanto dá de si

de sublime

esperando só de nossas mãos labor

que à Vida nos empreste mais calor

outro empenho

onde a esperança nos redime.


Published in Volume II of Carcavelos dos Cinco Sentidos and Outros Poemas de Menagem

Poem read by SL

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